sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Crítica: Uma vergonha chamada Death Note(sem spoilers)

Adaptação do mangá é muito ruim!!!

Resultado de imagem para death note 2017 poster

Ficha técnica: Death Note
Ano: 2017
Lançamento: 24 de Agosto(EUA), 24 de Agosto(Brasil)
Diretor: Adam Wingard
Elenco: Natt Wolf(Light Turner), Margaret Qualley(Mia Sutton), Keith Stanfield(L), Paul Nakauchi(Watari), Shea Whigham(James Turner) e Willen Dafoe(Ryuk).
Classificação: 18 anos
Duração: 100 minutos(1 hora e 40 minutos). Disponível somente na Netflix.

A proposta de Death Note é essa: a história acompanha um jovem estudante do Japão chamado Light Yagami, um brilhante aluno que acabou achando um caderno chamado Death Note, um objeto sobrenatural caído no chão. Ele o pega e vê que o caderno tem algumas regras que falam que se escrever o nome de uma pessoa e visualizasse o rosto dela, ela iria morrer diretamente de ataque cardíaco por 40 segundos. A princípio, Light desconfia do objeto, mas após testá-lo por dois vezes, percebe que o poder do caderno é real. Cinco dias após receber o caderno, ele é visitado por um Shinigami(deus da morte da cultura japonesa) chamado Ryuk, o proprietário do caderno, afirmando que o deixou cair na terra pelo simples fato de estar entediado, não mirando uma pessoa especificamente. Conhecendo o poder do caderno, Light decide ser o juiz e carrasco, matando os bandidos que saíram impunes dos seus respectivos crimes, no âmbito de se tornar o deus do novo mundo. Mais tarde, com as inúmeras mortes acontecendo acaba chamando a atenção do FBI e de um detetive especial que se chamava apenas L, que não mostra o seu rosto, se comunicando através de uma tela de computador. O detetive logo deduz que esse assassino se encontra no Japão, sendo apelido pelo público como Kira(derivado da típica pronúncia japonesa da palavra inglesa Killer), além de concluir que ele matava as pessoas sem colocar um dedo nelas. Light descobre que L é um dos seus principais rivais e se inicia uma batalha psicológica para ver quem consegue realizar os seus objetivos, com L pegando Kira e acabando com as matanças e Light se tornar um deus.

Neste meio tempo, entra a personagem da Misa Amane, que também possui o caderno da morte, que foi entregue pelo outro Shinigami chamado Rem e começa a também matar as pessoas, sendo chamada de Segundo Kira, visando se encontrar com o Kira original, ainda mais depois que Kira matou os assassinos de seus pais, ficando obcecada com ele.

Essa são as ideias que tem no mangá e no anime. Excelentes, não são? Faz você refletir bastante e discutir se Light está certo de matar as pessoas ruins, ou se L está errado de impedir Light de realizar esses atos. No filme, a ideia é completamente jogado no lixo.

Primeiramente, o roteiro e a edição do filme são muito ruins, já que um complementa a outra. Não é apresentado de forma coesa os personagens e com o longa em si sendo muito rápido, não dando tempo para você assemelhar as ideias apresentadas, com o longa sendo uma mistura de filme com série ao mesmo tempo e com videoclipe de músicas, onde aliás, Death Note quis seguir a moda dos grandes filmes atuais e colocou musica pop e essas músicas apareciam em cenas nada a ver, deixando o telespectador confuso.

O roteiro é completamente vazio, com diálogos ruins, você não se cativa com os personagens e quiseram fazer um filme de romance adolescente com suspense policial e isso acabou muito forçado, principalmente nas cenas em que envolviam Light e Mia. Não quer dizer que um filme onde o protagonista é adolescente precisa ser um longa teen, com o próprio anime e mangá do Death Note mostrando justamente o contrário.

Mas o grande ponto fraco do filme foram as atuações. Os únicos que se salvaram foram Shea Whigam, que convence como pai do Light e Ryuk, dublado magistralmente por Willen Dafoe e dá até pena, pois eles se mostraram dedicados nos papéis que receberam, porém, o roteiro não ajudou em nada.

O retrato de Light no filme é de um estudante inteligente, porém, estranho, sem amigos e que até faz lição de casa dos outros para receber dinheiro e o caderno foi parar em suas mãos pelo fato de Ryuk ter visto potencial no rapaz de poder exercer o seu poder. Aliás, a cena em que Light vê pela primeira vez o Ryuk é uma das piores cenas que vi em algum filme, é de dar vergonha.

Light começa a escrever no caderno, visando se tornar o juiz supremo e aí que entra Mia Sutton. Mia é descrita como uma Cheerlader que se mostra entediada com a função que tem, não dando bola para nenhum garoto, principalmente para Light e o mais estranho é que eles começam a namorar e o pedido de namoro dele foi bem esquisito. Aliás, a relação dos dois é muito fraca e você não se importa deles serem um casal. No anime e mangá, Light usa a Misa como namorada, após ele descobrir que ela é o Segundo Kira, para fins próprios.

E o L? O L no começo do filme, até começou atuando bem, lembrando bem o L da obra original, sendo metódico, frio, que dorme pouco, atuando muito na lógica. Porém, isso acontece na metade do filme, pois na outra metade, a atuação dele desanda em um nível colossal, sendo uma pessoa que grita e alguns momentos, tem momentos alucinados, não lembrando em nada o L da obra original.

Em resumo, Death Note não faz jus a obra original, sendo mais uma adaptação de anime e mangá que não dá certo. E ainda querem fazer o segundo filme.


Nota do filme: 3.0

Nenhum comentário:

Postar um comentário