O universo DC Comics no cinema começou com o Homem de Aço(2013), mas realmente aconteceu com Batman vs Superman(2016) e deu seguimento com Esquadrão Suicida(2016), porém, a criação foi bem controversa, com esses filmes dividindo opiniões(com exceção de Esquadrão Suicida, que ninguém gostou, vamos falar a verdade), porém, Mulher Maravilha veio para bater na mesa e falar, a DC vai encontrar o seu meio e foi isso que realmente veio a se concretizar.
Mulher Maravilha foi o filme que ainda deu esperança a DC. É bem verdade que depois de Esquadrão Suicida, essa esperança tinha ruído, porém, a deusa amazona nos mostrou o contrário.
Havia o medo de que o longa, tendo uma protagonista feminina, fosse um filme feminista, como foi por exemplo o novo Caça Fantasmas(2016), que querendo ou não, atrapalha a sua experiência, ainda mais com o fato de esse longa ser dirigido por uma mulher. Porém, o filme não é feminista e sabe equilibrar bem os dois gêneros e mostra muito bem a jornada de Diana, começando na Ilha do Paraíso, querendo mostrar que pode ser uma guerreira amazona, mesmo com sua mãe indo contra, até o momento que chega no mundo dos homens, onde ela tenta achar seu espaço em uma sociedade que era muito machista. Durante o período da Primeira Guerra Mundial(1914-1918), por exemplo, as mulheres nem tinha direito a voto e essa entrada de Diana foi muito bem feito.
Aliás, a parte da Ilha do Paraíso, todo o seu núcleo é coisa de brilhar os olhos, com fotografia e cenário excelentes. As amazonas não foram abusadas sexualmente. É claro que o uniforme delas não são uniformes ideais, pois mostra muitas as pernas delas, porém, não chega a ser ofensivo(meninas, se estou errado, podem discordar) e você entende que esse visual é para que elas possam lutar melhor.
Tomara que esse núcleo da Ilha do Paraíso esteja mais presente nos outros filmes da Mulher Maravilha.
A fotografia é um dos pontos fortes do longa. Primeiramente, quando é mostrado a Ilha do Paraíso, você vê o tom sendo mais iluminado, leve e quando Diana vai para a Primeira Guerra Mundial, o tom muda, sendo mais sombrio e para baixo, porém, ainda sim, consegue ser divertido.
As atuações foram excelentes. A Mulher Maravilha de Gal Gadot tem uma profundidade, equilibrando bem o lado da amazona de ser dócil, amável, ao mesmo tempo que é uma mulher forte, que dá porrada e nenhum momento isso é forçado, com a atriz atuando com naturalidade. E mesmo estando num cenário cabisbaixo, tenso, como foi na Guerra Mundial, Diana conseguiu ser esse elo de esperança, onde acreditava que a humanidade pode ser melhor, mesmo com eles criando armas para destruir geral.
Steve Trevor(Chris Pine) também manda muito bem. Ele faz piadas, porém, também tem um fundo dramático e pesado nas costas, assim como os seus companheiros de guerra.
As amazonas, principalmente a Rainha Hipólita(Connie Nielsen), mãe de Diana e a General Antíope(Robin Wright) arrasam, mostrando que elas merecem e muito o seu respeito, além de mostrarem serem muito boas de luta.
E o vilão? Foi bom? Foi ruim? O vilão foi Ares(não é spoiler, pois nos trailers mostravam que ele seria o antagonista do longa) e ele é um antagonista digno. Não chega a ser melhor que o General Zod(que para mim foi o melhor vilão de todos os universo de heróis no cinema, universo esse criado a partir do primeiro Homem de Ferro), mas é muito melhor desenvolvido que Lex Luthor(Batman vs Superman), Coringa(Esquadrão Suicida) e Magia(Esquadrão Suicida), tendo motivações e uma boa atuação.
Ele não foi o único vilão, tendo ainda o General alemão Erich Ludendorff(Danny Huston) e Doutora Veneno(Elena Anaya), que foram caricatos, porém, souberam convencer.
Muita gente reclamou do terceiro ato, o final do longa, achando que batalha da Mulher Maravilha com Ares foi exagerado. Não achei isso, pois você precisa entender que eles são deuses e uma porrada que eles dão podem destruir e muito e nesse quesito, faz sentido. No entanto, isso será melhor falado na seção com spoilers.
As cenas de ação são bem coreografadas, dando gosto de ver e Patty Jenkins, diretora do longa, surpreendeu e muito, lembrando um pouco as cenas de ação que Zack Snyder costuma fazer, ao mesmo tempo que teve leveza, com todas as amazonas lutando de forma artística.
O roteiro foi simples, usando muito os preceitos da jornada do herói, ou nesse caso, a jornada da heroína. O longa não faz muitas referências ao universo DC, onde Patty Jenkins se preocupou apenas para contar a história da amazona e isso foi um dos acertos do longa. Porém, o roteiro não é 100%, tendo alguns errinhos que serão mais discutidos na sessão com spoilers!!!
A trilha sonora foi um ponto alto do longa, tendo aquela trilha da Mulher Maravilha que foi apresentada em Batman vs Superman, ao mesmo tempo que foi criada uma trilha definitiva dela e isso serve para os filmes da Marvel prestarem atenção, pois as trilhas sonoras destes longas não são memoráveis, onde todo mundo se lembra das musicas pop tocadas nos dois Guardiões da Galáxia.
Mulher Maravilha mostra que o universo DC ainda está vivo e é bom a Marvel fica de olho, pois mostra que essa disputa entre as duas editoras no cinema vai realmente começar e isso é excelente!!!
Nota do filme: 9.0
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